BMG ADQUIRE TODO O CATÁLOGO DO MÚSICO FRANCÊS JEAN-MICHEL JARRE

A BMG Rights Management está assumindo os direitos autorais do pioneiro da música eletrônica francesa Jean-Michel Jarre, apenas dois dias após o anúncio de um acordo com os dois membros fundadores da banda de rock escocesa Simple Minds, no dia 19 de julho. Em ambos os casos, nada foi tornado público sobre detalhes financeiros ou o momento em que o negócio foi fechado. As futuras obras de Jarre não fazem parte do acordo. A empresa adquiriu anteriormente as gravações sonoras dos três primeiros álbuns de Jarre quando comprou a gravadora independente Francis Dreyfus Music em 2012.

O CEO da BMG, Hartwig Masuch, disse: “Jean-Michel Jarre não é apenas um pioneiro na música eletrônica, ele é um polímata e um embaixador brilhante para a cultura internacional. Quase cinquenta anos depois que Oxygene estourou no mundo, estamos muito satisfeitos em construir nosso relacionamento de longa data para nos tornarmos guardiões de seus direitos de publicação musical.”

“Essa parceria com o BMG significa muito para mim. Hartwig Masuch e toda a equipe fazem parte da minha família há muitos anos. Além disso, estou satisfeito que meu catálogo editorial esteja protegido aqui na Europa e que meu trabalho continue a crescer em boas mãos. Hoje é um novo começo que me permite desenvolver novas ideias e me dá os meios para explorar novos territórios. Juntos vamos prosperar”, acrescentou Jean-Michel Jarre.

Jarre já vendeu 85 milhões de cópias de seus álbuns ao longo de sua carreira e detém vários recordes mundiais por seus concertos que atraíram algumas das maiores multidões da história, incluindo o concerto do Dia da Bastilha em Paris (1979 – um milhão de pessoas), Houston (1986 – 1,3 milhão de pessoas), Paris La Défense (1990 – 2,5 milhões de pessoas) e Moscou (1997 – 3,5 milhões de pessoas). Jarre também foi o primeiro músico ocidental a se apresentar na China em 1981, retornando a convite novamente em 2004, para tocar na Cidade Proibida e na Praça Tiananmen, com transmissão ao vivo pela televisão nacional. Mais recentemente, seu concerto em VR Welcome to the Other Side, realizado numa Notre Dame reconstruída digitalmente, atraiu 75 milhões de pessoas.

O tecladista francês lançou 21 álbuns de estúdio, incluindo os clássicos Oxygene (1976), seu sucessor Equinoxe (1978), e Magnetic Fields (1981), um dos primeiros discos a usar sampler. O compromisso de Jarre com a tecnologia influenciou gerações de artistas, muitos dos quais colaboraram no seu projeto Electronica (dividido em dois volumes: The Time Machine e The Heart of Noise), incluindo Moby, Armin van Buuren, Robert ‘3D’ Del Naja, Edgar Froese, Laurie Anderson, Gesaffelstein, Pet Shop Boys, Gary Numan e Hans Zimmer. Seu último álbum Amazônia, a partitura de uma exposição do premiado fotógrafo Sebastião Salgado, foi lançado em 2021 para homenagear a Floresta Amazônica, seus habitantes e as ameaças que enfrentam. Sempre ultrapassando os limites da tecnologia, Jean-Michel Jarre apresentou recentemente seu novo projeto ao vivo imersivo, Oxymore, no Hyper Weekend Festival da Radio France.

Maximilian Kolb, vice-presidente executivo de repertório e marketing, disse: “O alcance da criatividade de Jean-Michel Jarre abrange seis décadas. Estamos comprometidos em não apenas destacar a sua base de fãs internacional existente, mas também apresentá-lo às novas gerações.”

Jean-Michel Jarre já foi homenageado em todo o mundo com vários prêmios e distinções honoríficas. Ele é um antigo embaixador das Nações Unidas e porta-voz da UNESCO. Recebeu também a Medalha Stephen Hawking para Comunicação Científica, e em 2021, foi condecorado Comandante da Légion d’Honneur pelo presidente Emmanuel Macron.

Jarre é um defensor de longa data dos direitos do criador, tendo atuado como porta-voz do grupo internacional IFPI (Federação Internacional da Indústria Fonográfica) e eleito por dois mandatos consecutivos Presidente da CISAC, a Confederação Internacional de Sociedades de Autores e Compositores. Atualmente preside o Conselho de Estratégia e Inovação da Sociedade Francesa de Autores, Compositores e Editores de Música, o SACEM.

O diretor administrativo da BMG na França, Sylvain Gazaignes, disse: “Jean-Michel sempre esteve à frente de seu tempo. Ao longo de sua carreira, ele continuou implacavelmente a ultrapassar os limites com sua música e sua inovação criativa. Ele é um dos artistas franceses mais influentes da história da música. Nossa equipe sediada em Paris está muito familiarizada com o catálogo e espera trabalhar ainda mais de perto com Jean-Michel e sua equipe.”

O negócio foi intermediado pela Catalog Associates Limited, assistido e assessorado por MJ Entertainment Law. A aquisição é o maior negócio individual já fechado pela BMG na França.

Nos últimos meses, vários artistas cederam os direitos de seus trabalhos. Entre as maiores vendas, estão o acordo de Bob Dylan com a divisão de publicação da Universal Music (mais tarde ele cedeu os direitos de suas gravações para a Sony Music), e a venda do catálogo de Neil Young para o fundo Hipgnosis. Recentemente, o catálogo de David Bowie foi vendido por US$ 250 milhões, o mesmo valor do cantor Sting, incluindo seus hits do The Police. Os catálogos de Bruce Springsteen e o da banda Pink Floyd, são os recordistas até agora: US$ 500 milhões cada. Esse tipo de venda de todo o catálogo musical vem se mostrando uma opção atraente para músicos veteranos renomados que estão preferindo deixar boas quantias em dinheiro para seus herdeiros, enquanto grupos especializados passam a controlar profissionalmente todas as suas publicações.

A BMG adquiriu recentemente pacotes de direitos de Tina Turner, Mötley Crüe e ZZ Top, entre outros. No caso do ZZ Top, foi a primeira transação pública da aliança da BMG e do investidor financeiro KKR, que foi concluída em março de 2021 para a aquisição conjunta dos direitos musicais. No total, os sócios anunciaram no ano passado que querem investir cerca de um bilhão de dólares em direitos musicais.

Fontes: BMG|Frankfurter Allgemeine Zeitung

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