THE CONCERTS IN CHINA (edição internacional)

LES CONCERTS EN CHINE (edição francesa)

Lançamento: 3 de maio de 1982

Composto e executado por: Jean Michel Jarre

Gravação ao vivo: Outubro de 1981 na Rep. Popular da China.

Selo: Disques Dreyfus

Gravadora: Polydor / Polygram Internacional (1982); Sony Music / Epic (1997); Sony Music / Columbia (2014)

Capa: Kate Hepburn

Duração: 1 hora e 18 minutos

TRACKLIST:

DISCO 1 – LADO A:
1 The Overture (4:50)
2 Arpegiator (6:53)
3 Equinoxe IV (7:45)

DISCO 1 – LADO B:
1 Fishing Junks At Sunset (9:45)
2 Band In The Rain (1:21)
3 Equinoxe VII (9:53)

DISCO 2 – LADO A:
1 Orient Express (4:21)
2 Magnetic Fields I (0:21)
3 Magnetic Fields III (3:50)
4 Magnetic Fields IV (10:37)
5 Laser Harp (3:36)

DISCO 2 – LADO B:
1 Night In Shanghai (7:01)
2 The Last Rumba (2:12)
3 Magnetic Fields II (6:16)
4 Souvenir Of China (3:59)

SINGLES:

“Souvenir of China”

Lado A:
Souvenir of China (3:56)

Lado B:
Fishing Junks at Sunset (3:56)

“Orient Express”

Lado A:
Orient Express (3:48)

Lado B:
Equinoxe IV (4:40)

VIDEOCLIPES:

SOUVENIR OF CHINA

ORIENT EXPRESS

La Tribu – Instrumentos:

Jean Michel Jarre: Fairlight CMI, Eminent, Oberheim OB-Xa, Moog Taurus, EMS Synthi AKS, EMS VCS 3, Elka Synthex, Linn LM-1, Electro-Harmonix Micro Synthesizer, laser harp, Elka X-705

Frederick Rousseau: MDB Polysequencer, RSF, Yamaha CS 60, Korg Rhythm, ARP 2600

Dominique Perrier: Moog Liberation, Sequential Circuits Prophet-5, Eminent, Korg Polyphonique, RSF Kobol

Roger Rizzitelli: electronic percussion, Simmons electronic drum

Artistas convidados:

Peking Conservatoire Symphony Orchestra: Orquestra chinesa em “Fishing Junks at Sunset”

Huang Feili: Maestro

Mrs. Li Meng, Mr. Wang Zhi: músicos

Produção:

Produção da Turnê: Francis Dreyfus

Pierre Mourey: coordenador musical

Design e palco: Mark Fisher

Engenharia e mixagem: Patrick Clerc (Foldback Mixing) / Michel Geiss (Out-Front Mixing)

Gravação e Mixagem do álbum: Rene Ameline

Os fãs de Les Concerts en Chine, ou como ficou conhecido fora da França, The Concerts in China de Jean-Michel Jarre, têm motivos para comemorar, pois, na data em que escrevemos estas linhas, está sendo celebrado o 40º aniversário deste lendário registro ao vivo, com uma nova remasterização em um box-set especial e itens de memorabilia inéditos desses concertos gravados originalmente em 1981.

Por isso, é um bom momento para revisitar a fascinante história por trás deste disco: após a morte de Mao em 1976, Les Chants Magnétiques / Magnetic Fields (1981) foi um dos primeiros discos de música ocidental a tocar nas rádios chinesas, principalmente por gestões de algumas embaixadas europeias, já que atendia a uma norma implícita no país do dragão vermelho de ser música puramente instrumental, sem qualquer mensagem. A alta cúpula do governo chinês gostou tanto do disco que estendeu um convite protocolar especial a Jarre para que ele se apresentasse no país. Um evento inédito em décadas.

As negociações financeiras e os testes pelos quais Jarre teve que passar para tocar na China foram tão exaustivos que duraram mais de seis meses. Era necessário garantir que Jean não fosse um agente secreto de alguma operação ocidental para desestabilizar o governo, assim como seus roadies e os outros três músicos que o acompanhavam no palco. Vale lembrar que essa era a China que recém começava a se abrir ao mundo, algo que não acontecia, no mínimo, desde os anos 1940.

O itinerário de datas e locais foi determinado pelo governo. Tudo ocorreria entre 18 de outubro e 5 de novembro de 1981; porém, devido a problemas de logística, cenários e até de eletricidade, apenas cinco concertos foram realizados no total: dois em Pequim e três em Xangai. O primeiro concerto em Pequim foi predominantemente assistido por altos funcionários do governo chinês.

Jarre levou consigo todo o seu arsenal de sintetizadores e tecnologia de ponta para um país que estava consideravelmente atrasado em desenvolvimento em relação ao resto do mundo. A demanda de energia elétrica dos equipamentos do francês era tão alta que as redes domésticas chinesas não davam conta, o que o obrigava a realizar “apagões” nas áreas ao redor dos estádios para alimentar tamanha maquinaria de última geração.

Aproveitando que Jean esteve em contato com músicos chineses de orquestras sinfônicas, ele foi convidado aos conservatórios estatais de música para realizar workshops sobre os novos equipamentos eletrônicos que estavam sendo usados no mundo na época. O espanto dos músicos chineses diante da maquinaria de Jarre era tanto que eles se aglomeravam nas janelas e escalavam os telhados para tentar entrar nas clínicas, tocando com dedos nervosos o que parecia tecnologia de outro planeta.

Musicalmente, The Concerts in China é uma obra híbrida, que combina o melhor da fase clássica de Jarre com elementos novos criados especialmente para esse evento histórico. O disco alterna versões ao vivo de peças conhecidas de Equinoxe e Magnetic Fields com peças exclusivas para esses concertos, como Arpegiator, que se tornaria um clássico do francês, ou a belíssima e melancólica Souvenir of China, além de Fishing Junks at Sunset, com a orquestra do conservatório sinfônico de Pequim executando instrumentos tradicionais da cultura do gigante asiático, marcando o primeiro encontro em décadas entre a música tradicional chinesa e a música ocidental.

Dessa lendária turnê, foi gravado um documentário francês com o mesmo nome do disco, que serviu como uma janela para o mundo de um país que já estava isolado do planeta por tempo demais.

Quer mais curiosidades? Jarre queria que os concertos fossem gratuitos, mas o governo decidiu cobrar pelos ingressos. No entanto, para preencher a segunda noite em Pequim, foi decidido distribuir ingressos para as pessoas na rua. Por outro lado, o público, que não estava acostumado a assistir a espetáculos ao vivo, não sabia como agir, participar ou sequer aplaudir, já que esse tipo de demonstração era reservado para desfiles e discursos do governo chinês. Ao lado do público, até mesmo um Jarre, que era mais estático e “estacionário” ao tocar, parecia muito mais animado que sua plateia.

A partir daí, a China adotou reformas liberais que fizeram o país ressurgir como nunca antes em sua história, tornando a música ocidental algo cada vez mais comum e com uma censura cada vez menor, embora nunca totalmente eliminada, mesmo nos dias atuais. Ainda é comum ver funcionários do Ministério da Cultura inspecionando lojas de discos para confiscar álbuns que entram em suas “listas negras” para serem destruídos, ou a remoção de arquivos digitais de bares de karaokê e plataformas de streaming.

Por outro lado, Jarre voltaria à China em 2004 (sem contar sua visita a Hong Kong em 1994) para gravar Jarre in China e reviver aquele incrível momento que passou em um gigante asiático, ainda virgem musicalmente falando, no início dos anos 1980.

Fonte: ProgJazz

Curiosidades:

– Em outubro de 1981, o músico francês Jean Michel Jarre e sua equipe se apresentaram na China, realizando 5 shows (2 em Pequim e 3 em Xangai). Essa foi a sua primeira turnê no estrangeiro, o que se tornou também, a primeira apresentação de um músico ocidental na Republica Popular da China, deste a implantação do comunismo no país nos anos 40.

– Jean Michel Jarre escreveu músicas inéditas especialmente para esta turnê: ‘Night in Shanghai’, ‘Laser Harp’, ‘Arpegiator’ e ‘Orient Express’, além de ‘Fishing Junks at Sunset’, que foi executadas ao vivo junto com 35 membros da Peking Conservatoire Symphony Orchestra.

– ‘Souvenir of China’ foi gravada após o retorno da China, como um tributo a histórica turnê. Ela também fez parte da novela “Transas e Caretas” da Rede Globo em 1984.

– O concerto foi exibido em forma de documentário em emissoras de TV de vários países (inclusive no Brasil em 1988) e posteriormente lançado em vídeo.

MUDANÇAS NA DISCOGRAFIA :

O álbum “The Concerts in China”, passou por algumas mudanças ao longo dos anos nos seus relançamentos, como parte da estratégia de marketing das gravadoras, e também devido às novas remasterizações:

– ÁLBUM CHINÊS SIMPLES:

A gravadora estatal comunista chinesa, também lançou em 1982, o álbum “The Concerts in China”, mas com uma capa diferente e bizarra de uma foto tirada de um dos shows. Essa versão não é um álbum duplo e foi lançada em vinil e cassete, sendo considerada raríssima e item de desejo de vários colecionadores.

LADO A:
The Overture
Equinoxe IV
Magnetic Fields III
Magnetic Fields II


LADO B:
Fishing Junks At Sunset
Band In The Rain
Equinoxe VII
The Last Rumba

– REMASTERIZAÇÕES:

Remasterização da Dreyfus / Kosh em 1992 para o mercado norte-americano, transformou o álbum duplo em dois volumes vendidos separados. A cor da capa também foi modificada, sendo o volume 1 para a cor azul e o volume 2 para a cor amarela

Em 1997, a Sony Music / Epic, relançou “The Concerts in China” com nova remasterização 96 Khz – 24 bit. Desta vez, o álbum veio como um CD simples, com a capa original na cor vermelha, e com a gravação completa (poucos segundos foram removidos).

Em 2014, a Sony Music Germany / Columbia, relançou “The Concerts in China” como álbum duplo novamente e em nova remasterização, mantendo a capa vermelha. Em 2022, o álbum foi relançado em uma edição comemorativa de 40 anos com itens de colecionador (um pôster na versão vinil e um booklet adicional na versão CD).

ARQUIVOS JARREFAN:

DVD DE “THE CONCERTS IN CHINA” É LANÇADO NA AUSTRÁLIA

DESVENDANDO O DVD AUSTRALIANO “THE CONCERTS IN CHINA”

DREYFUS ENTRA NA JUSTIÇA PARA IMPEDIR COMERCIALIZAÇÃO DO DVD AUSTRALIANO “THE CONCERTS IN CHINA”

LUTO: MORRE O BATERISTA DA HISTÓRICA TURNÊ CHINESA EM 1981

30 ANOS DOS HISTÓRICOS CONCERTOS NA CHINA

VÍDEO INÉDITO DA TURNÊ NA CHINA/81

MORRE RENÉ AMELINE, ENGENHEIRO DE SOM DE “THE CONCERTS IN CHINA”

SONY MUSIC LANÇA SEGUNDO VOLUME DE BOX E RELANÇA VINIS DE REMASTERIZADOS

O MISTÉRIO DO SETLIST DA TURNÊ NA CHINA

HÁ 4O ANOS, JEAN-MICHEL JARRE SE TORNAVA O PRIMEIRO ARTISTA OCIDENTAL A SE APRESENTAR NA CHINA

THE CONCERTS IN CHINA É RELANÇADO PARA COMEMORAR OS 40 ANOS DO ÁLBUM

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