DOCUMENTÁRIO SOBRE PIERRE CARDIN, COM DEPOIMENTO DE JARRE, ESTREIA NOS CINEMAS BRASILEIROS

Nesta quinta-feira, dia 14 de janeiro, estreia nos cinemas o documentário “O Império de Pierre Cardin” (House of Cardin), dirigido por P David Ebersole & Todd Hughes. O filme marcou os 70 anos de sua marca e foi lançado no Festival de Veneza, em 2019. O lançamento é uma forma de homenagear o aclamado estilista, que morreu no dia 29 de dezembro de 2020.

Ao lado de nomes como Paco Rabanne e André Courrèges, Cardin foi um dos que revolucionou a moda nos anos 60. Inspirado na corrida espacial, recorreu a materiais sintéticos, como vinil e pele fake. O grupo, vanguardista, estava entre os responsáveis pela retomada do mercado de moda pós-guerra. O modo como ele revolucionou o design passa por seu olhar de arquitetura. Ao contrário de nomes como Saint Laurent, que se inspiravam em livros de arte e viagens, Cardin se lançava ao desafio de inventar um design, algo novo que representasse as inovações tecnológicas e comportamentais das décadas de 60 e 70. Para Jean Paul Gaultier, que teve seu primeiro emprego como “catador de alfinetes” no ateliê de Cardin, ele era um gênio.

Cardin introduziu grandes tendências na moda, sendo um dos primeiros a lançar coleções exclusivamente masculinas e se lançando no prêt-à-porter. Nascido em Veneza, na Itália, filho de agricultores, e naturalizado francês, Cardin começou a trabalhar aos 14 anos como alfaiate e foi o primeiro funcionário de Christian Dior, tendo colaborado para a coleção de estreia do estilista, lançada em 1947, que ficou conhecida como “New Look”.

Em 1959, Cardin inovou ao não se restringir às peças da Alta Costura e criou sua primeira coleção prêt-à-porter, escandalizando a moda.

As roupas foram colocados à venda por preços acessíveis na loja de departamento francesa “Printemps” e, por não ter previamente comunicado a decisão à Chambre Syndicale de la Haute Couture (Câmara Sindical da Alta Costura), ele foi expulso da instituição, onde foi readmitido anos depois.

Ao longo de sua carreira, criou um império e também foi pioneiro no licenciamento de sua marca, associando a perfumes, restaurantes, hotelaria e outros produtos e segmentos, o que permitiu a internacionalização de seu nome, especialmente em países orientais.

Seu sonho era ser um artista, e por isso se aproximou muito do cinema e do teatro, sua grande paixão. Jeanne Moreau foi uma de suas musas, com quem, mesmo sendo homossexual, teve uma relação amorosa. Cardin chegou a ter um teatro, assinou dezenas de figurinos, como os do clássico filme “A Bela e a Fera”, de Jean Cocteau, e vestiu os Beatles em ternos sem gola em 1963.

O filme “O Império de Pierre Cardin” narra sua trajetória e a importância de sua contribuição para o design. Embora o nome Pierre Cardin sempre tenha sido muito conhecido, poucos sabem quem era o homem por trás de tudo, já que ele sempre preferiu mais o trabalho que os holofotes. No filme, o artista deu acesso exclusivo aos arquivos do seu império da moda, e concedeu entrevistas nunca antes vistas no fim de sua gloriosa carreira.

O documentário também conta com a participação de celebridades que faziam parte da vida do estilista como: Jean Paul Gaultier, Philippe Starck, Sharon Stone, Naomi Campbell, Jenny Shimizu, Dionne Warwick, Guo Pei, Alice Cooper, Jean-Michel Jarre, Hanae Mori, Yumi Katsura e Kenzo Takada.

Nonagenário, Cardin tem uma resposta muito simples quando lhe perguntaram no filme qual seu passatempo preferido: “trabalho”. Vale a pena conhecer um pouco mais sobre o homem que criou um império e trabalhou pela moda até quase os 100 anos. Bravo, Pierre Cardin!

  • Direção: P. David Ebersole e Todd Hughes
  • Título original: House of Cardin
  • Gênero: Documentário
  • Ano: 2019
  • País de origem: EUA / França

Fontes: Exibidor | Veja Rio

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