Sobre nós

Logo do Jarrefan Brazil

Fundado em 1997, o Jarrefan Brazil é um fã-clube destinado à vida e obra de um dos maiores gênios da música desses últimos tempos: JEAN-MICHEL JARRE. O Mago dos tecladosPadrinho da Música Eletrônica, Maestro das multidões. São alguns dos diversos títulos que vem acumulando em toda a sua carreira.

Este site é voltado para você, que não conhece muito sobre o artista. Aqui você terá a oportunidade de explorar um pouco mais sobre sua carreira e seus grandes sucessos como por exemplo “Fourth Rendez-Vous”. O nome pode-lhe parecer estranho, mas temos certeza que você já ouviu e adora esta música.

NOSSA HISTÓRIA

O início da Jarremania

Quando os primeiros discos do artista começaram a chegar no nosso país pela antiga Polygram do Brasil (braço da major internacional Polydor), algumas pessoas começaram a gostar daquele novo e estranho tipo de som, sem vocais, totalmente sintetizados, que começava a aportar nas rádios do mundo inteiro. Jean Michel Jarre, junto com Tangerine Dreams, Vangelis ou Kraftwerk, fizeram parte da primeira geração de músicos eletrônicos, que abriram o caminho para que a música eletrônica saísse dos laboratórios e estúdios, para se tornar popular junto ao grande público. Aqui no Brasil, como em muitas partes do mundo, as músicas de Jarre passaram a ser usadas em temas de programas, aberturas de especiais de TV, fundos musicais de propagandas nas rádios, televisão e na mídia em geral. A divulgação em cima do artista, foi engatinhando a passos lentos no país, até meados dos anos 80, quando a faixa “Souvenir of China” foi usada na trilha sonora da novela das 18 horas da Rede Globo, “Transas & Caretas” (1984), dois anos após ter sido lançada no álbum “The Concerts in China”. Por volta de 1986, a Polygram resolveu investir pesado no artista, que tinha acabado de fazer um mega concerto na cidade de Houston (Texas) e logo em seguida lançou o álbum “Rendez-Vous”. Este álbum foi um marco no país. Foi o primeiro a ser lançado em CD por aqui e a ter grande divulgação na mídia. O single “Fourth Rendez-Vous” estourou a ponto de seu clip ter sido lançado oficialmente no país no programa “Fantástico” da Rede Globo. No fim do ano, a mesma emissora, depois de uma disputa com a Rede Manchete, exibiu o concerto de Houston em sua programação de final de ano. Com destaque na emissora de TV mais famosa do país, o álbum “Rendez-Vous” estourou, chegando a ganhar Disco de Platina. Seus álbuns seguintes, também tiveram uma boa divulgação de marketing e venderam bastante. As emissoras Globo e Manchete passaram a exibir seus concertos e videoclipes.

A todo momento no final dos anos 80 e início dos anos 90, surgiam indícios na imprensa nacional que Jarre iria fazer um mega concerto no país. O próprio artista, além de seus shows sendo exibidos em vários canais de TV do país, foi entrevistado nos programas “Conexão Internacional” (Rede Manchete) do Roberto D’Avila em 1988 e “Sucesso” (TV Bandeirantes) com o atual prefeito de S.Paulo, João Dória. Seja na TV, nas rádios, nas revistas ou nos jornais, Jarre teve bastante destaque na mídia nacional no período de 1986 à 1991. Em 1993, o artista abandonou a Polydor Internacional, e seus álbuns foram recolhidos e destruídos pela empresa (depois vendida para o grupo Universal Music) fechando em seguida o escritório no país. Assim, Jean Michel Jarre acabou perdendo destaque e total representação no Brasil.

Surge o primeiro fã clube nacional: “Jean Michel Jarre Fan Club Brazil”

A grande maioria dos fãs brasileiros de Jarre, começou a se interessar pelo artista, no período de maior divulgação no final dos anos 80 e muitos estranharam o músico ter saído da mídia brasileira, apesar dele ainda fazer shows e lançar algum projeto esporádico durante os anos 90. Isoladamente, alguns fãs tentaram montar um ou outro fã clube, mas sem um destaque grande. Devemos lembrar destes pioneiros que existiram antes da fundação do Jarrefan-Brazil.

Foi o caso dos fãs Eduardo da Silva Soares e Michelangelo Romano, que se conheceram em dezembro de 1988, e passaram a trocar materiais e pensar na ideia de montar um fã clube, onde ambos se alternariam na presidência. Sua fundação exata se deu em 07 de julho de 1989, com a exibição do extinto programa “Aujourd’hui en France” (Hoje na França), da TV GAZETA (canal 11-SP), após a apresentadora Daniela Lavieri ler uma carta de Eduardo em que mencionava sobre o fã clube e autorizava a divulgação do endereço residencial com sede em São Bernardo do Campo. Assim surgia o “Jean Michel Jarre Fan Club Brazil”. Eles tentaram recrutar fãs através de cartas enviadas a revistas como a “SomTrês” e “Bizz”. Em uma atitude até então ousada, enviaram um cartão postal de felicitações aos 40 anos do artista naquele mesmo ano…e não é que o Jarre respondeu os dois, enviado fotos autografadas!!!

Segundo Eduardo da Silva Soares a ideia de enviar uma carta ao programa da Gazeta veio depois que uma moradora de Santos, havia escrito para aquele programa, perguntando sobre algum fã clube do Jean Michel. “Eu ouvi aquilo e decidi também escrever para o programa da Gazeta, já que eu e o Michelangelo estávamos decididos a fundar o primeiro fã clube brasileiro do Jarre.”

Desenho de divulgação do primeiro fã-clube brasileiro

Eduardo ainda diz: “Nosso fã-clube do Jarre não chegou a prosperar em termos de fãs e de materiais, pois, tanto eu quanto o Michelangelo não tínhamos tempo para uma melhor dedicação ao mesmo, tal como deveria ser. Chegamos a ter  uma carteirinha. Não chegamos a publicar fanzine, mas havia esta intenção; e nem chegamos a contar com o apoio de alguma gravadora ou outra empresa ou pessoas.”

Michelangelo Romano completa: “Sim…é verdade…tentamos divulgar…O Eduardo fez as carteirinhas…fomos numa rádio de São Paulo… e fomos entrevistados. Éramos muito novos na época…, mas o Eduardo da Silva Soares, caprichou na entrevista.”

Eduardo conta sobre o programa: “Exato! Foi na Rádio Brasil 2000 FM que ficava no Sumaré e tocava principalmente rock. Naquele ano de 1989, eles abriram um programa de música francesa moderna e era apresentado pelo adido cultural do consulado francês, Marc Seguin. A entrevista foi realizada em outubro de 1989.”

“Não tivemos muitos fãs. A coisa não passou mesmo daquele início entre 1989/1990, pois eu entrei na universidade e meu tempo livre foi ficando cada vez mais escasso.”

E assim o primeiro fã clube brasileiro do Jarre ficou apenas na lembrança…

Carteirinha do primeiro fã clube brasileiro

A lista de cartas dos anos 90.

Em meados dos anos 90, Armando Heilmann de Itaiópolis, planalto norte de Santa Catarina, era fã de Jarre desde 1986, quando Houston foi exibido na Rede Globo (como boa parte da maioria dos fãs). Heilmann tinha um irmão mais velho, que por coincidência ou não, possuía a fita K7 do Rendez-Vous (que Armando acabou pegando emprestado e nunca mais devolveu e que hoje é uma relíquia cheia de esparadrapos), e também quis montar um grupo de fãs.

A partir dali, ele conseguiu pouco tempo depois, juntar mais 4 amigos do colégio, para tocar e praticar a música de Jean Michel Jarre por volta dos anos 90. Em 1995, pediu a um irmão de uma tia que morava e trabalhava na França, para trazer pra ele o último K7 de Jean Michel Jarre lançado naquele país (nesta época, os discos do artista pararam de ser produzidos no Brasil). Ele queria algo exclusivo e recente. Alguns meses depois, ele veio para o Brasil, visitar a tia e na bagagem trouxe o K7 do álbum “Hong Kong” cujo encarte no K7 havia o endereço da Dreyfus Music. Segundo as palavras do próprio Armando: “Eu escrevi para a gravadora, bolei uma carta em inglês na mão, naquela época não havia tradutor de texto no Google..nem Google……e enviei….uns 3 ou 4 meses depois recebi uma carta, com uma propaganda de produtos do Jarre…e uma Conductor of the Masses (fanzine oficial de Jarre).”

Depois, Armando descobriu por acaso o programa na TV Cultura “France Express”: “Como eu queria saber tudo do Jarre, achei que aquele meio seria a oportunidade de ver algum clipe ou algo assim. Então escrevi para o programa e solicitei que minha carta fosse lida e que fosse exibido um programa especial sobre o Jarre, por ele ser francês. Eu gravei o programa na época, minha carta foi lida no ar, um clipe foi exibido, e dali pra frente… é história… Mas tem um segredo ai: eu usei de um artifício de vendedor na época, para que minha carta fosse lida no ar: na verdade éramos uns 5 ou 6 amigos, do colégio, que praticávamos as música do Jarre, e não 22 pessoas como eu havia relatado na carta. Eu ampliei o número pra causar impacto e deu certo!”

Pessoas de várias partes do Brasil assistiram o programa, e para a surpresa de Armando Heilmann, passaram a se corresponder com ele. Este grupo de fãs, não tinha um nome específico, segundo Armando. “A gente trocava correspondências e até enviávamos, uns aos outros, fitas K7, e fitas de vídeo com os shows do Jarre, isso por volta de 1995”. Segundo ele, infelizmente, os seus amigos do colégio se separaram,  muitos foram estudar em outras cidades e foram servir ao exército, e isto interrompeu a prática de tocar as músicas do Jarre. Em 1998, o próprio Armando saiu de Itaiópolis e se mudou para Curitiba, no Paraná, onde está casado e mora com a família. Sem os amigos iniciais que se reuniam nos finais de semana para tocar Jarre, Armando então passou a trocar correspondências com os novos amigos que conseguiu, após sua carta ser lida no “France Express”. Pessoas como o catarinense Marcos Ferasso, considerado hoje um dos maiores fãs do mundo de outro artista contemporâneo de Jarre, Vangelis, e também o mineiro Leonardo Prata Jammal, de Uberaba.

Mesmo ainda no tempo dos amigos de Itaiópolis, os fãs não tinham um nome para o fã clube. Eles eram apenas “os fãs de Jean Michel Jarre” e este grupo não teve ligação com o grupo “Jean Michel Jarre Fã Clube do Brasil”.

Outro pioneiro foi Leonardo Prata Jammal de Uberaba que participou deste grupo de cartas nos anos 90. O depoimento dele está registrado na nossa sessão “Crônicas”, no texto: “Minha busca por outros Jarrefans brasileiros”. Vale muito uma lida.

E no Planalto Central …outros casos e a primeira banda cover

Também tivemos casos de fãs isolados, que não chegaram a formar fã-clubes, mas que podemos dizer, teve um pioneirismo com relação ao artista no Brasil. Casos que vieram de Brasília. Lá, o fã Cristiano Verano, resolveu fazer algo também ousado. Quando tinha por volta dos 13 ou 14 anos, ele resolveu fazer interurbanos para os escritórios da Polygram do Brasil, no Rio de Janeiro, a partir de 1988/1991. Ele se dizia presidente do fã-clube no Brasil (na verdade, era apenas ele), dizendo que o trabalho do fã-clube estava começando e precisava da ajuda deles, pois a dificuldade em conseguir materiais sobre Jarre era grande. Havia uma secretária chamada Débora, que sempre atendia ele para falar de novidades e mandar materiais como releases. Um destes materiais foi um VHS do concerto “Destination Docklands” que a Polygram prometia lançar no país (o que acabou não acontecendo). Esse VHS era uma fita promo editada pela BBC.  Outra fita VHS foi um documentário raro intitulado “From Oxygene to Calypso” e a entrevista oficial do Jarre para a imprensa, para promover o concerto de La Defense. A Polygram também mandou pra ele um release do lançamento do álbum “Images – The Best of Jean Michel Jarre” em 1991. Cristiano também colecionava recortes de jornais e revistas.

Cristiano Verano finalmente teve seu sonho realizado, em 14 de Julho de 1998, quando foi assistir ao concerto “Nuit Electronique” em frente à Torre Eiffel. Viu Jean Michel Jarre de perto, mesmo que tenha sido para celebrar a terrível derrota do Brasil para a França na final da Copa do Mundo de 1998.

Cristiano Verano em Paris para ver o concerto “Nuit Electronique” em 1998

Outro pioneiro em Brasília, foi Luiz Bragança, hoje proprietário da escola de música “Um Toque de Classe”, na capital federal. Bragança participou nos anos 80 da “Orquestra de Orgãos de Brasília”, um grupo de jovens que tocavam de tudo um pouco e no repertório sempre tinha covers de Jarre. Nos anos 90, montou a sua escola de música e junto com alguns alunos, criou a primeira banda cover de Jean Michel Jarre no país, a “Electroquestra”. Chegaram a tocar em alguns eventos no final dos anos 90 e começo do novo século.

Em 2004, a “Electroquestra”, se apresentou em um espaço cultural da Embratel, e em 2006, a banda foi novamente reativada e fizeram uma grande apresentação na Livraria Cultura de Brasília. Atualmente a banda está desativada.

Nasce o JARREFAN-BRAZIL

Corria o ano de 1996, e o advento da rede mundial de informações, a Internet, começava a chegar no Brasil aos poucos. Os primeiros fãs brasileiros que queriam saber sobre Jean Michel Jarre na Internet, ganhavam informações atualizadas lá de fora. O artista, desde o ano anterior, passou a manter um site “O Espaço da Tolerância”, mantido pelo Ministério da Cultura da França, para celebrar o “Concert pour la Tolerence”, realizado em 14 de Julho de 1995 em frente à Torre Eiffel. Neste site havia um guestbook, uma especie de livro de visitas virtual, onde os fãs postavam mensagens para Jarre. Além deste site, haviam vários sites no exterior, principalmente na Europa, dedicadas ao artista, entre eles o “Jarremania”, mantido pelo Bob Louwers (1969-2011) e o “Galaxie Jarre” (mantido pelo holandês Bart Koop), ambos também com guestbooks para mensagens. Não havia nada para fãs brasileiros, pois todos os sites estavam fora do Brasil. No final de 1996, começaram a surgir informações que Jarre estaria lançando um novo álbum, que seria a continuação de Oxygene (1976). Por volta de dezembro do mesmo ano, foi anunciado que Jarre havia assinado um contrato internacional com a Sony Music, para distribuição mundial dos seus álbuns antigos e novos e se anunciava para o ano seguinte, o lançamento do álbum “Oxygene 7-13”. Alguns fãs brasileiros passaram a deixar mensagens nos guestbooks internacionais, e posteriormente, fãs começaram a se comunicar uns com os outros, via e-mail.

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