JEAN MICHEL JARRE – O ARTISTA

Compositor, intérprete, produtor, visionário, inovador, embaixador cultural… Qualquer lista das incontáveis atividades de Jean-Michel Jarre, ficaria aquém de seu real significado na história da música. O francês é uma lenda viva e muitas vezes referido como o “Padrinho da Música Eletrônica”. Quando Jarre lançou seu álbum de estréia, Oxygene em 1976, ele abriu um novo capítulo na história da indústria fonográfica. O disco vendeu mais de 18 milhões de cópias e estabeleceu as bases para sua excepcional carreira. O trabalho pioneiro de Jean-Michel Jarre de origem a um verdadeiro culto e à tendência de crescimento mais rápido que a indústria fonográfica já testemunhou: a ascensão da música eletrônica.

A música de Jean-Michel Jarre sempre seguiu a sua firme convicção de que o progresso só poderia ser alcançado através dos desvios ousados da norma. Filho do famoso compositor de trilhas sonoras e ganhador de três Oscars Maurice Jarre (1924-2009), Jean-Michel estudou harmonia e contraponto e tornou-se aluno do grande musicólogo Pierre Schaeffer, de onde começou a tirar suas próprias conclusões criativas da música concreta. Equilibrando-se corajosamente entre o esférico-abstrato e os fundamentos melódicos muito diretos de sua música, Jarre conseguiu evocar a poesia do encontro e da conexão: entre as pessoas, entre o feito à mão e a alta tecnologia, entre o orgânico e o artificial, entre a sabedoria e a visão.

A produção criativa visionária de Jarre está perpetuamente ligada à sua exploração inovadora de novas tendências tecnológicas. Desde os primeiros sintetizadores, baterias eletrônicas modulares e polifônicos até teclados digitais, plug-ins e aplicativos, Jarre está sempre na vanguarda em usá-los. Foi ele quem popularizou a harpa laser, usou os arranha-céus de Houston em um gigantesco concerto ao ar livre em 1986, com telas gigantescas de projeções na primeira apresentação de mapeamento em grande escala e configurou uma conexão de vídeo ao vivo com os astronautas da estação espacial russa MIR durante seu épico espetáculo de Moscou, em 1997. Seu concerto do milênio no Egito foi o primeiro a ser transmitido ao vivo pela Intenet.

Embora Jarre esteja na vanguarda dos artistas que utilizam novas tecnologias na música, a sua arte sempre foi acompanhada por reflexões profundas sobre o papel da tecnologia para o futuro do nosso planeta, como por exemplo, a famosa capa do álbum Oxygene, que mostra a Terra sendo desmanchada por uma caveira, ou a capa do Equinoxe (1978), que é ao mesmo tempo fascinante e perturbadora com incontáveis fileiras de personagens misteriosos e sem rosto que parecem olhar diretamente para quem observa a imagem: uma visão inicial da tecnologia que nos observa constantemente. Em 2018, a artwork do Equinoxe Infinity causou polêmica, sendo lançada em duas versões: a primeira mostra um visual que retrata um futuro utópico, onde a humanidade coexiste pacificamente com a natureza e a tecnologia. A outra, exibe um quadro distópico de medo e distorção, onde a Inteligência Artificial tomou conta do mundo.

Otimista por natureza e, ainda assim, crítico por espírito, Jarre sempre aumentou a conscientização sobre questões relacionadas à natureza e à tecnologia, tornando-se um especialista de renome mundial no assunto. Foi homenageado com a Medalha Stephen Hawking de Comunicação Científica, colaborou com Edward Snowden, testou Inteligência Artificial para composições musicais e é constantemente convidado a compartilhar os seus pensamentos em discursos e fóruns. Foi nomeado Embaixador da Boa Vontade da UNESCO em 1993 e, vinte anos depois, foi eleito Presidente da Confederação das Sociedades de Autores e Compositores (CISAC) em Washington. O conhecimento de Jarre nos mais diversos campos o leva a ser muito procurado e a sua contribuição é altamente valorizada.

Saiba mais informações sobre o “Mago dos Teclados”, acessando os menus sobre a carreira do artista: Biografia, Discografia, Videografia, Bibliografia, Performances e Premiações.

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