Xavier Bellenger foi um antropólogo e músico francês especialista em etnomusicologia e música tradicional andina. Com 16 anos foi para o Peru para aperfeiçoar sua prática de quena (flauta primitiva, bastante usada pelos índios peruanos e mexicanos). Morou por quatro anos na ilha de Taquile, no lago Titicaca, para estudar os rituais musicais dos agricultores quéchuas (importante família de línguas indígenas da América do Sul, ainda hoje falada por cerca de dez milhões de pessoas de diversos grupos étnicos) que preservaram as tradições pré-colombianas.
Esteve na Índia durante três anos, onde gravou músicas tradicionais raras ao longo do rio Ganges que foram compiladas no CD triplo “Ganga: Les Musiques du Gange”.
No início dos anos 1980, foi diretor assistente da “UNESCO Collection”, uma série de 127 discos de música tradicional dirigidos pelo historiador francês e musicólogo Alain Danielou. Durante esse processo, fundou o selo GREM (Groupe de Recherches et d’Étude de Musique – Grupo de Pesquisas e Estudo da Música), que reeditou vários álbuns da coleção “Musical Sources” da UNESCO, lançada na década de 1970.
Xavier teve uma participação fundamental no álbum Zoolook de Jean-Michel Jarre, que coletou uma grande variedade das suas gravações sem o uso do sintetizador Fairlight. Sua colaboração continuou em 1988, quando compartilhou trechos da música tradicional turca, incluindo o som da flauta do músico Kudsi Erguner, que abre a música Revolutions no álbum de mesmo nome. Xavier e Erguner gravaram juntos o álbum “Conférence des Roseaux (Ney & Kena)” lançado em 1984.
Antes de Jean-Michel Jarre gravar o álbum Waiting for Cousteau, Bellenger convidou o seu amigo de longa data e ex-le tribu Michel Geiss para assistir ao show de uma banda de steel drums chamada “Amoco Renegades” em Paris. No final da apresentação, Geiss comprou uma fita cassete da banda que estava sendo vendida no local do show. Algum tempo depois, Jean Michel estava procurando ideias para o seu próximo álbum, algo feliz e alegre. Foi quando Michel Geiss colocou a fita para Jarre escutar. E assim, surgiu o álbum Waiting for Cousteau.
Participou dos concertos de Docklands, La Défense e dos preparativos musicais para o concerto de Teotihuacan, no México, que acabou sendo cancelado.
Ele também colaborou com Vangelis na trilha sonora do filme “1492 – Conquest of Paradise”
Fontes: Michel Geiss / Le Télégramme
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