No dia 7 de novembro, foi realizada a 4º Web Summit – 2019, o maior encontro sobre tecnologias, inovação e empreendedorismo do mundo, que ocorreu este ano em Lisboa, Portugal. Os números impressionam: foram 70 mil participantes, 2.500 jornalistas, 1.200 palestrantes, 11.000 CEOs e mais de 160 países. O músico francês Jean Michel Jarre, convidado na ocasião para uma palestra sobre tendências musicais para 2030, aproveitou para fazer o lançamento oficial do seu novo projeto: “EōN“, o aplicativo para celulares e tablets, que executa músicas através de Inteligência Artificial, baseado em 7 horas de gravações em seu estúdio particular.
O músico de 71 anos, sempre esteve no limiar da tecnologia e, em 2019, diz ainda ter vontade de experimentar novas áreas. Sobre o “EōN”, uma aplicação concebida pelo próprio, em parceria com a Sony Computer Science Laboratories, Jarre disse que o objetivo consiste em proporcionar “uma experiência incomparável através de inúmeras horas de música original” criada por um algoritmo.
O reconhecido músico francês falou também sobre a importância da tecnologia no futuro da música, compartilhando algumas das suas ideias sobre o estado atual da música. Para o artista, existe uma dualidade de perspetivas sobre o futuro: há o “futuro brilhante” e o “futuro distópico”. O músico fundamenta esta ideia ao afirmar que o cerne da questão, faz parte do DNA do ser humano.
“É comum ver um indivíduo pensar que o ontem foi ótimo e o presente e também o futuro serão horríveis. Penso que isso seja assim, porque uma pessoa tem medo que o futuro não faça parte dos seus planos. [Afinal de contas] somos mortais”, explica.
Desde 1972, ano em que editou o seu primeiro disco, a tecnologia sempre foi essencial na música de Jarre. Nos dias de hoje, vê com muito entusiasmo a Inteligência Artificial como uma ferramenta musical. “A I.A. vai dar muitas possibilidades. Passo a explicar: a minha cor favorita é o cinzento, porque está entre o preto e o branco. Os músicos estão nesse ‘meio’. A I.A. vai permitir que os artistas possam ter um campo cinzento ainda maior”, salienta.
O EōN foi trabalhado em conjunto por Jean-Michel Jarre e o pesquisador Alexis André da Sony Computer Science Laboratories (CSL) para criar visuais dinâmicos que acompanham a música. O projeto também contou com a colaboração do desenvolvedor francês de aplicativos de música Bleass. A aplicação é paga e, por enquanto, está apenas disponível para o sistema operativos da Apple. No início de 2020 será lançada uma versão para o Android. Mais detalhes sobre o app “EōN”, leia aqui.
Fontes: Agências Internacionais / Music Journal / Jean Michel Jarre
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