Um espetáculo visual incomparável, som perfeito e uma jornada musical audiovisual em três dimensões inesquecível – é isso que promete o mais novo show de Jean-Michel Jarre, que retorna à Hungria em junho após quase 10 anos. Seu último concerto em Budapeste foi em 10 de novembro de 2016, durante a Electronica Tour.
“Olá, pronto e feliz por estar no Fókusz!”
Durante sua carreira, Jean-Michel Jarre vendeu mais de 85 milhões de álbuns no mundo todo. A superestrela francesa recebeu com exclusividade a equipe do programa húngaro Fókusz no seu apartamento em Paris. O pioneiro da música eletrônica completará 77 anos em agosto e a maioria das pessoas o conhece por álbuns como Oxygene (1976) e Equinoxe (1978), discos que fazem parte da história da música. Jarre já esteve várias vezes na Hungria e guarda com carinho as lembranças de suas apresentações. Quando tinha 17 anos, ele até teve uma namorada húngara com quem ficou por dois anos.
“Tocar em Budapeste é uma prioridade para mim, pois quando comecei minha carreira e lancei meu primeiro álbum, o Oxygene, as primeiras cartas de fãs que recebi fora da França foram da Hungria. Isso sempre criou uma conexão especial com os fãs húngaros e com Budapeste. Sinto muita falta da capital húngara. A cidade significa muito para mim e me sinto completamente em casa lá. Especialmente nestes tempos, é muito importante para mim poder me sentir europeu – e quando estou em Budapeste, é como se estivesse em Paris ou na minha cidade natal, Lyon.”
No ano passado, Jarre se apresentou diante de dezenas de milhares de pessoas no encerramento chuvoso das Paralimpíadas de Paris. Depois disso, decidiu fazer outra turnê neste verão europeu, porém, fará apenas uma série limitada de concertos com seu novo show, incluindo locais especiais como a Piazza San Marco, em Veneza, e o Anfiteatro de Pompeia.
“Para o palco e as projeções, também utilizo Inteligência Artificial. Vai ser algo totalmente novo. Claro que também revitalizei e reorquestrei meus maiores sucessos. Haverá músicas que nunca toquei ao vivo antes e também apresentarei novas composições. Quero oferecer ao público uma noite em que eles possam entrar num mundo musical completamente novo. Vai ser uma experiência totalmente diferente.”
Jarre tinha 28 anos quando se tornou uma superestrela com o álbum “Oxygene”, lançado em 1976. Depois vieram álbuns de sucessos como Equinoxe e Magnetic Fields. Ele já lançou 22 álbuns de estúdio. Em 1979, tocou para um milhão de pessoas na Place de la Concorde, em Paris, e em 1997, apresentou-se em Moscou diante de 3,5 milhões de pessoas. Foi o primeiro artista ocidental a se apresentar na China comunista, em 1981.
“Tocar na Lua – era essa a sensação. Meu show foi revolucionário até para os olhos do Ocidente, com muitos jogos de luzes, lasers, vídeos… Foi especial também porque toquei para pessoas que nem sabiam o que eram os Beatles ou quem foi Charlie Chaplin. Elas não conheciam a cultura ocidental. Só após o fim da Cortina de Ferro percebi o quanto minha música era importante, por exemplo, na União Soviética e nos países vizinhos. Na Rússia, inclusive, as pessoas foram proibidas de ouvir minha música. Pode parecer estranho, porque geralmente músicas com letras eram censuradas, mas como vários fãs húngaros me disseram, minha música instrumental representava liberdade. E por isso foi proibida durante o comunismo.”
Muitos músicos contemporâneos consideram Jarre um exemplo ou até mesmo um ídolo – alguns já colaboraram com ele, como Moby, Hans Zimmer, Pet Shop Boys, Tangerine Dream e Armin van Buuren.
“Armin van Buuren, por exemplo, é um bom amigo. Recentemente, criamos uma música juntos. Ou Gesaffelstein, que como eu é francês e se apresentou neste ano no Festival Coachella com Lady Gaga. Tenho boas relações com artistas como The Edge (do U2), Massive Attack e Tangerine Dream, entre muitos outros.”
No ano passado, ele se apresentou em Bratislava, na abertura do festival STARMUS, bem perto da Hungria, diante de mais de 120 mil pessoas. O espetáculo visual impressionante foi gravado com 17 câmeras e transmitido online. No palco, se juntou a ele o lendário guitarrista do Queen, Brian May.
Jarre está sempre explorando os limites da tecnologia. No Réveillon de 2021, mais de 75 milhões de pessoas assistiram ao seu show ao vivo em uma Notre-Dame virtual.
“Sempre tento apresentar algo novo. Não quero me repetir, mesmo quando toco meus maiores sucessos. Sinto que preciso ultrapassar meus próprios limites trazendo versões diferentes dessas músicas. Quando assisto a alguém ao vivo, não quero ver exatamente o que já vi antes. Para mim, só é inesquecível se recebo uma nova experiência.”
Nos últimos anos, ele vem usando a Realidade Virtual e Inteligência Artificial em seus concertos. Ele acredita que não há motivo para temer as novidades digitais.
“Meus avós sempre diziam que não se pode parar o progresso. Quanto mais cedo você abraça a mudança, mais rapidamente pode combater seus efeitos negativos.”
A equipe do Fókusz já esteve várias vezes em seu estúdio às margens do Sena. Lá, Jarre mostrou sua coleção de sintetizadores, incluindo alguns que ele adquiriu décadas atrás.
“Comprei meu primeiro sintetizador no fim dos anos 1960. Foi uma compra simbólica: vendi minha guitarra elétrica, que usava numa banda de rock, só para poder comprar o sintetizador. Fui até Londres para isso. E vou levar esse velho sintetizador comigo a Budapeste – vou tocar com ele. É como um amuleto ou superstição: não gosto de subir ao palco sem ele.”
Os fãs de Jean-Michel Jarre podem ter certeza de que o show de junho em Budapeste será uma jornada audiovisual única. O espetáculo visual e envolvente promete uma experiência verdadeiramente inesquecível.
Fonte: rtl.hu
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