OXYGENE 3D: Primeira entrevista vai para uma rádio Colombiana!

Incrível, mas a primeira entrevista de Jean Michel Jarre sobre o projeto OXYGENE 3D foi para a rádio W-Radio Colômbia, ontem. O músico francês conversou direto de Paris e manifestou interesse em se apresentar na Colômbia.
Confira abaixo a entrevista traduzida:

Jarre: Boa Tarde, estou feliz em estar hoje com vocês, direto de Paris. Um abraço a toda Colômbia.

W-Radio: Por que você decidiu fazer uma remasterização de Oxygene, 30 anos depois?

Jarre: Porque Oxygene é uma peça atemporal e quero usar a tecnologia de hoje para fazer uma nova gravação. Decidi não usar muito a percussão e centrar mais na parte melódica utilizando ferramentos atuais.

W-Radio: Quais são as principais diferenças de se fazer o disco ha 30 anos e agora?

Jarre: Obviamente a grande diferença está na parte digital que temos agora…enfim. A mudança do analógico para o digital, e também o desenvolvimento da Internet e toda a tecnologia.
A diferença de gravação de Oxygene em relação a hoje em dia, são precisamente esses instrumentos, a reutilização dos instrumentos pioneiros dos anos 1970. Por exemplo: na música clássica temos Stradivarius, Steinway, no Rock temos Fender, Les Paul, Gibson. Na música eletrônica Moog, Mellotron e eu utilizo estes instrumentos sem computadores, sem MIDI para a regravação ao vivo, sem nada digital, obtendo um resultado sonoro incrível.

W-Radio: Como foi combinar e evolucionar sua música com seus espetáculos de laseres e todas esses aparatos que envolvem o cenário?

Jarre: Atualmente a minha idéia de cenário é corresponder o visual com a música eletrônica. Não devemos esquecer que os instrumentos clássicos ou o Rock foram desenvolvidos para proporcionar entretenimento, mas por outro lado, os instrumentos eletrônicos foram criados em estúdio para gerar sons especiais e não estritamente para entretenimento. Então trato de mostrar estes instrumentos de diferentes formas com vídeos e efeitos especiais que evoluem de acordo com a música e que se tornem um espetáculo global que obviamente penso introduzir algum dia destes na Colômbia.

W-Radio: Se tivesse hoje 20 anos e estivesse iniciando sua carreira com os equipamentos de hoje em dia, como você pensa que seria Oxygene?

Jarre: Atualmente todos esses instrumentos analógicos são um sonho para os jovens pois são lendas e provavelmente estaria fazendo a mesma música com instrumentos digitais e sonhando de maneira diferente.

W-Radio: Seus espetáculos são grandes shows, tendo quebrado vários recordes inclusive sendo o primeiro concerto na China pós-Mao. Gostaríamos de saber como é essa experiência?

Jarre: Foi como tocar na Lua (risos de Jarre), porque os chineses não tinham idéia do que era a música ocidental e foi algo novo para eles como também para mim. Foi como tocar em outro planeta.

W-Radio: Escutamos todos seus discos, porém ha um a destacar, Music for Supermarktes de 1983, o qual somente foi feita uma cópia e o master destruído. Por que isso?

Jarre: Foi um protesto contra o que estava se convertendo a indústria da música com a introdução do CD. Vendiam música como se vendessem creme dental e me parecia inviável. Quis protestar naquele momento com o que estava passando e penso que a indústria musical demorou em reagir e evoluir a diferença entre o o modo de produzir cinema e dos livros.

W-Radio: Como pioneiro da música eletrônica, como você a vê hoje em dia, com os DJs, festas e coisas assim. Qual sua opinião a respeito?

Jarre: Como todo tipo de música ha coisas boas e ruins, assim como artistas bons e ruins, porém estou contente com este boom que tivemos neste gênero e a quantidade de artistas novos e jovens que estão aparecendo.

W-Radio: Falando sobre música eletrônica francesa, você conhece Air, Daft Punk?

Jarre: Claro, não só os conheço, como vivemos todos na mesma área de Paris, somos vizinhos. Penso que ha uma tradição, sabe, a música eletrônica não é como o Rock que provem da América, Inglaterra e Espanha. Temos uma tradição na Europa, pela França e Espanha pela música clássica, esta que pode construir e dar textura a tudo isso.
Os latinos e francês possuem uma tradição através dos tempos de como produzir grandes peças musicais, texturas e estilos com a música eletrônica, que é em essência como a clássica.

W-Radio: Muito obrigado por esta entrevista e boa sorte com sua música Sr. Jarre.

Jarre: Muito obrigado igualmente e muita sorte.

fonte: http://www.wradio.com.co/envivo.asp?id=497298

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Marcos Paulo
Fã Clube criado em 1997 nos primórdios da internet no Brasil. Buscamos sempre a realização de ao menos uma apresentação do Maestro Jean Michel Jarre em nosso país.