Jarre entrevistado para o Jornal de Toulouse (França)

O site www.ladepeche.fr, de Toulouse, entrevistou Jean-Michel Jarre em 23/03, sobre a turnê “2010”, que está passando na cidade.

Você é frequentemente descrito como o homem de quebra de records …
JMJ – Não tenho nenhum interesse especial nestas figuras. Enfim, há um momento em que isso não significa nada. Não confunda a música com a Fórmula 1. Eu não me levanto todas as manhãs, dizendo: desta vez, vou atrair ainda mais espectadores.

O que é especial sobre o seu concerto no Zenith?
JMJ – Desde muito tempo eu pensei em levar a magia dos concertos ao ar livre para shows indoors. Eu quero empurrar ainda mais o sentimento de partilha, melhorar a sensação de imersão que temos quando vamos para o show. Para fazer isso, será em quatro baias, com 70 instrumentos eletrônicos. Incluirá os primeiros sintetizadores analógicos no seu estado inimitável, muito mais quente, muito menos agressivo do que o digital, com essa circularidade que lembra o impacto de uma orquestra sinfônica.

A sua música não é desencarnada …
JMJ – Eu tenho uma abordagem orgânica, sensual. Quero surpreender, seduzir, oferecendo um momento de prazer e alegria. A música e as luzes permitem isso. Mas eu não sou um fã de clipes: todos devem ter o seu próprio filme. Esta será uma performance ao vivo, muito inesperada. As pessoas não vão me ver na tela, como na TV.

Você foi um dos primeiros franceses a começar na música eletrônica. Você quis ser um pioneiro?
JMJ – Eu tocava em bandas de rock antes de me juntar a algumas pessoas que estavam interessadas em música eletroacústica. Eu trabalhei em um centro de pesquisa musical (GPM), mas eu queria me ligar com o trabalho prático do mundo do pop, com Françoise Hardy e Patrick Juvet. “Oxygene” foi rejeitado por todas as gravadoras antes de ir para a Dreyfus. Minha mãe chegou a prever. Ela disse: ‘Com uma caveira na capa e um nome de gás, é certo que não vai funcionar!’

Como o seu pai, Maurice Jarre, um famoso compositor de trilhas sonoras de filmes, respondeu para o seu sucesso?
JMJ – Meu pai sumiu da minha vida quando eu tinha 5 anos. As nossas relações foram tensas para dizer o mínimo. Eu sempre lamentei não ter sido capaz de compartilhar algumas coisas importantes com ele, pessoalmente e profissionalmente. Fiquei muito triste, um conflito ainda maior por nunca tenha sido aberto, mas uma terrível indiferença.

Isso afeta a educação dos seus filhos?
JMJ – É o mais extraordinária que pode acontecer: espera-se que nos alcançará. Meus filhos com Charlotte Rampling são grandes, estão entre 20 e 30 anos. O mais novo, David Jarre, tem um lugar no mundo da mágica. E também é um músico, que lançará um disco este ano. É muito interessante. Meu filho mais velho toca saxofone e dirigirá filmes para a televisão e cinema em breve. Quanto à minha filha, ela trabalha com design.

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Marcos Paulo
Fã Clube criado em 1997 nos primórdios da internet no Brasil. Buscamos sempre a realização de ao menos uma apresentação do Maestro Jean Michel Jarre em nosso país.