Após quase dez anos de ausência, Jean-Michel Jarre retorna a Bruxelas para um concerto na Place des Palais em 1º de julho de 2025, onde o lendário pioneiro da música eletrônica, fiel à sua lenda, oferecerá músicas e efeitos visuais inovadores que foram criados usando Inteligência Artifical. Devemos ter medo dessa nova tecnologia ou acolhê-la? Jean-Michel Jarre defendeu seu uso na música nesta entrevista.

Em seu grande retorno à Bélgica, Jean-Michel Jarre explica que trabalhou em um conceito completamente novo para o seu próximo concerto. “Eu uso muito a Inteligência Artificial em um nível visual, com muitas surpresas.”
O músico francês realizará um concerto em Bruxelas no dia 1º de julho na Place de Palais. “Estou muito ansioso para encontrar o público de Bruxelas e da Bélgica novamente nesta ocasião”, disse ele.
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Como artista, Jean-Michel Jarre aborda a tecnologia sem medo, acreditando que ela dita os estilos e não o contrário, como o violino fez para Vivaldi, a câmera para os irmãos Dardenne, Tarantino ou Jean-Luc Godard: “É porque inventamos e também descobrimos a utilidade dos componentes eletrônicos que eu faço a música que faço hoje. Então, quanto mais rapidamente abraçamos a Inteligência Artificial, mais a entendemos, mais podemos explorá-la de forma positiva e mais também podemos combater seus possíveis efeitos negativos.”
Para este eterno inovador e apaixonado por tecnologia, a Inteligência Artificial representa uma oportunidade artística, tanto para a música quanto para a cenografia de seus concertos. “Basicamente, é a capacidade dos artistas de tirar proveito disso, de poder usá-lo de forma poética”, explica Jean-Michel Jarre, que acrescenta: “Espero poder demonstrar isso durante este concerto na Place des Palais em 1º de julho!”

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Para ele, há sempre uma atitude muitas vezes um pouco conservadora, quando não reacionária, de seres humanos que têm medo de mudanças. Os avanços tecnológicos não prejudicaram a música; pelo contrário, lembra o artista francês: “No início da música gravada, os editores musicais eram editores que imprimiam partituras. E quando a música gravada chegou, eles disseram: este é o fim dos shows porque as pessoas ficarão em casa ouvindo música’.”
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Segundo o ditado dos mais velhos e de sua avó, “não se pode parar o progresso”. “Portanto, é melhor abraçá-lo o mais rápido possível”, enfatiza Jean-Michel que celebrará o 50º aniversário de seu lendário álbum Oxygene em 2026.
Jarre esteve em Bruxelas para uma visita ao local do concerto. Ele compartilhou uma foto nas suas redes sociais ao dado do duo Calumny, uma dupla de produtores e performers de música eletrônica originária de Liège. Uma outra foto também foi compartilhada nas redes sociais da dupla:
“Há alguns encontros que são mais especiais que outros.
Ontem tivemos a chance de conversar com a lenda @jeanmicheljarre sobre música eletrônica, criação e palco.
Um momento inesquecível 🙏” – Calumny (04/04/2025)

Entrevistas em programas de TV belgas:
“Olá, eu sou Jean-Michel Jarre, músico, e vou me apresentar no dia 1º de julho deste ano na Place des Palais, para um concerto-espetáculo muito especial, muito novo em termos de efeitos visuais, pois estou atualmente concebendo uma cenografia com muitos elementos de Inteligência Artificial, que vão, creio eu, renovar bastante a maneira como eu tento combinar o aspecto visual com a minha música. E também, no plano musical, haverá tanto músicas conhecidas revisitadas quanto algumas surpresas.
Estou muito animado para fazer este concerto em Bruxelas que será feito sob medida para o local. E também com essa ideia de que, para mim, Bruxelas sempre foi um lugar especial O primeiro concerto que fiz ao ar livre foi há bastante tempo, em frente ao Atomium. Acho que foi uma das primeiras vezes que houve um concerto desta magnitude. Desde então, voltei muitas vezes, e para mim, Bruxelas sempre foi uma cidade que que me inspira criativamente – tanto no aspecto visual quanto na música eletrônica. Há uma verdadeira história da música eletrônica em Bruxelas. E também, no plano visual, há a pintura, o cinema, as artes gráficas — e hoje em dia, todas as artes digitais, que são muito inovadoras e muito vivas em Bruxelas. Então, é um lugar que inspira. Gosto de vir a Bruxelas para captar o que eu ouço o que eu vejo e o que que eu observo.”
Fontes: RTBF | Jean-Michel Jarre | Calumny
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