JARRE NO EVENTO “WORLD COPYRIGHT SUMMIT”

O músico francês Jean Michel Jarre, participou do “World Copyright Summit”, evento organizado pela CISAC (Confederação Internacional das Sociedades de Autores e Compositores) que aconteceu entre os dias 7 e 8 de junho em Bruxelas, na Bélgica. Nesta edição, o evento girou em torno do tema “Criando valor na economia digital: Crie-Conecte-Respeite” para discutir um sistema econômico global para autores e indústrias criativas, o mundo digital e os novos modelos de negócio, e o ambiente social e jurídico dos direitos autorais.

Jarre foi um dos palestrantes do evento,entrevistado sobre o assunto pelo Sr.Patrick Rackow, CEO da British Academy of Songwriters. Jarre foi entrevistado na palestra sobre os desafios que tem de enfrentar como criador na era digital.

As três perguntas com respostas que foram feitas a ele:

P – POR QUE VOCÊ ACEITOU O CONVITE DA CISAC PARA FAZER PARTE DO WCS-2011 ?

Jean-Michel Jarre: Para um artista como eu, que sempre esteve à procura de novas fronteiras, o mundo digital tem sido uma fonte de constante experimentação. Ele me forneceu as ferramentas para criar a minha música e também a estrutura para os concertos. Mas para o autor e compositor que eu também sou, pode ser uma fonte de grande preocupação. Se as minhas obras têm o potencial para ser visto e ouvido por um público ainda maior que antes, o problema que enfrentamos como criadores é a maneira como são compensados pela utilização dos nossos trabalhos. Por estar presente no WCS, eu quero mostrar o meu entusiasmo e meu otimismo em relação aos desafios que enfrentamos com o novo mundo digital, e também de dar testemunho da necessidade de respeitar os direitos dos criadores, como condição necessária para a renovação e financiamento de criação.

QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS DESAFIOS PARA OS CRIADORES NO NOVO ECO-SISTEMA DIGITAL ?

JMJ – Eu diria que o maior desafio é encontrar o equilíbrio certo entre a onipresença da disponibilidade de trabalhos criativos e o respeito dos direitos dos criadores, de mãos dadas com a compensação. Eu não tenho respostas prontas. Quero que minha música possa viajar o mais amplamente possível. Eu também quero ter certeza que a minha música, ao lado de meus colegas, não é utilizado para enriquecer as empresas de capital de risco que estão apoiando os serviços digitais que têm modelos de negócio baseados na premissa de que eles não pagam pelo conteúdo que eles estão usando. Na minha opinião e na opinião de muitos criadores, isso é injusto. Eu também acho que o sistema tem sido demasiado complacente para com os fornecedores de acesso que fornecem a venda de assinaturas de banda larga baseada na promessa que o usuário teria acesso a todas as músicas do mundo. Eu acho que é hora deles dividirem e dar de volta para as pessoas que lhes permitiram fazer suas assinaturas atraentes.

QUAL SERIA, SEGUNDO VOCÊ, O PAPEL DAS ORGANIZAÇÕES DE GESTÃO COLETIVA NESTE NOVO ECO-SISTEMA ?

JMJ – Caso você não tenha notado, esse mundo digital tornou-se cada vez mais complexos, com centenas de novos usuários que, quando são devidamente licenciado, pagam as sociedades de autores quantidades muito pequenas de milhões de transações. Estou surpreso com a quantidade relativamente pequena que eu recebo de pagamento em troca de execuções extensas sobre estes novos serviços e além disso, que o valor do serviço de excelência oferecido a mim pela SACEM. Eu nunca seria capaz de perseguir esses direitos se eu estivesse sozinho, eu não conseguia controlar o uso da minha música no rádio ou na TV. Recentemente pretendo fazer shows na Austrália* e eu tenho que confiar na sociedade local de lá para recolher em meu nome os direitos que eu estou em dívida para o uso da minha música no país. Eu preciso da sociedades de autores para agir em meu nome, e agora mais do que nunca. E posso afirmar que a sociedadede autores constitui a melhor garantia para a minha independência económica e minha liberdade de criação.

obs: * Então realmente Jarre está planejando algo para a Austrália !!!

Fonte:  http://www.copyrightsummit.com

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Marcos Paulo
Fã Clube criado em 1997 nos primórdios da internet no Brasil. Buscamos sempre a realização de ao menos uma apresentação do Maestro Jean Michel Jarre em nosso país.