Jarre revela detalhes da relação com o pai, Maurice

Pai e filho, músicos talentosos

No ultimo dia 30/01/2010, o jornal francês “Liberation” fez uma entrevista com o multi-tecladista francês Jean Michel Jarre sobre sua nova turnê “2010”, que irá se iniciar a partir do mês de Março/2010. Etitulada como “Jarre, o eterno adolescente”, na qual ele fará uma nova turnê cercado do instrumentos musicais antigos e novos, onde ele pretende encarnar a abstração.

Segundo Jarre: ele tentará “renovar a inocência e o desejo, que são os dois motores que mantem os seres humanos , pois eles estão agora sendo desperdiçados totalmente.” Segundo o artista, criador de Oxygene a mais de 30 anos, “A Terra vai mal, o mundo vai mal, estamos imersos em uma atmosfera de grande ansiedade. Mas o nosso futuro se resume a deixar para trás apenas latas de lixo classificada, ou tentando inventar algo?” Jarre não se sente abalado, ele nega tentar ser um guru em sua carreira, mas espera levar as sementes destas palavras ao longo de sua trajetória.

Em sua turnê mundial, ele espera voltar as origens. Traduzindo: Ter o prazer de encontrar através de antigos instrumentos do começo de sua carreira, no lendário anos 70, quando lançou “Oxygene”, disco que vendeu 12 milhões de exemplares. Antes que os computadores invadissem a música.

Pela primeira vez, ele pretende ir aos 5 continentes. A turnê tem como principal caracteristica, a reabilitação dos instrumentos originais – “sem nostalgia”, ele jura -, apesar de se manter como uma lenda Pop.

O filho de Maurice Jarre – autor da trilha sonora de Lawrence da Arábia e Dr. Jivago – nunca competiu pelo Oscar de humildade e discrição. Este eterno adolescente arrasta multidões para a China ou as Pirâmides do Egito com seu som monumental e jogo de luzes, de todos os tipos de seu teclado – com audiências devidamente medidas pelo Guinness Book – como se o futuro do mundo dependesse disso.

Ele era considerado um artista de variedades? Bem, hoje, as gerações mais jovens reconhece me como um pioneiro “, disse ele.

O tempo vai apagar alguns equívocos. O Capitão, que fixa o limite máximo do espaço rumo ao infinito e mais além ? Nem por isso, e até mesmo o contrário: “Eu sempre quis dar mais luz a música eletrônica, que até então era vista como bastante fria e abstrata.” Torna-la mais quente e amolecida? Este é sempre o seu objetivo com sua turnê “2010”, o casamento dos antigos instrumentos analógicos com os digitais. “O futuro é usar o que está disponível para fazer a melhor qualidade possível”.

Certamente, mas a cena eletrônica precisava no passado de um simulacro de dimensões peri-urbanas? “Eu não passava de uma criança mimada que usava fogos de artifício em todo o mundo, para garantir um público de pelo menos 1 milhão de pessoas.” “Isto é “archifaux”. O que me interessa é o som, o casamento de arquitetura, a paisagem. Recorda a sua formação no Grupo de Pesquisa Musical (GRM) de Pierre Schaeffer, o pai da música eletro-acústica. Na qual ele afirma tratar-se de vanguarda. Talvez ele seja indicado na categoria de artistas fantásticos que querem a qualquer preço, após o sucesso popular, obter o sucesso de crítica.

Mas a quem o artista quer impressionar ? Seu pai ? Bom, sobre ele, Jarre diz não ser capaz de responder. Maurice Jarre, famosos compositor lauredado com vários Oscars de melhor trilha sonora, abandonou a família quando Jean Michel tinha apenas 5 anos. Pai e filho quase nunca se viram. Eles nunca tiveram uma conversa real, mesmo sobre música. O que é extraordinário na medida em que, estranhamente, ambos (pai e filho) tiveram uma grande carreira internacional.

“Aconteceu, que por causa do meu trabalho, me mudei para Los Angeles por alguns meses. Eu havia ficado a apenas um quilômetro da casa do meu pai. Bem, nós só tinhamos nos vistos uma ou duas vezes em um bar nas proximidades, para trocar impressões insignificantes. Estas são coisas que afligem um filho. E que, paradoxalmente, me sinto culpado, como uma criança maltratada sente responsável pelas agressões que ele recebe. Então, quando meu pai morreu no ano passado,eu tenho ido ao seu túmulo, não só para perdão a ele, mas para ele “pedir desculpas. De quê? Por não ter sido capaz de me fazer amá-lo.”

Quando perguntado sobre a imagem jovem atual dele, apesar dos 60 anos, ele garante que não pinta o cabelo ou faz esportes, mas existe algo de “Peter Pan” em Jarre ? Nova réplica indignada :
– “Eu não sou o Michael Jackson!”

Link: www.liberation.fr%2Fculture%2F0101616421-jean-michel-jarre-l-eternel-ado&sl=fr&tl=en

Fonte: Forum Zoolook.nl/Liberation-FR

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Marcos Paulo
Fã Clube criado em 1997 nos primórdios da internet no Brasil. Buscamos sempre a realização de ao menos uma apresentação do Maestro Jean Michel Jarre em nosso país.